segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Vacina minha alma

És me aqui novamente, muito tempo sem escrever nada.
Dedico este texto ao meu filho Zaki Adriel que completou 6 meses no 21 de novembro.


Ainda com dias de idade a criança tem que tomar uma vacina chamada BCG, é aquela que deixa uma marca em nosso braço para o resto da vida.
É complexo analisar uma vacina pelo seu lado poético, pois são tantos paradoxos de sentimentos que o texto não consegue se concretizar. Fica ali na "cachola" dando voltas sem querer se materializar.

Então, essa BCG é dada por injeção, dai tu que é pai ou mãe vendo uma criancinha tão frágil, precisando de todos os cuidados possíveis levar uma furadinha dolorida e sentirem aquele instante de dor que parece uma eternidade; o choro, o grito, mas as lágrimas caindo sem nenhuma manha, é doloroso demais e não to nem falando da criança, to falando dos pais, mas principalmente do pai (eu). Sinceramente não sei quem inventou esse negócio do sexo frágil ser a mulher, pois a mãe é claro que sente o aperto forte no coração, mas aquele choro me doeu lá na alma. Mas o mais engraçado disso tudo é a covardia de deixar as lágrimas caírem, me segurei como pude para não externar o desabafo dos olhos, mas essa resistência se derramou toda por dentro sufocando ainda mais o pobre do coração.

Depois da vacina, a gente volta pra casa aliviados torcendo para que as reações pós-vacina não aconteçam ou sejam mínimas.

Beleza então, eu poderia contar  mês a mês do sofrimento que me ocorreu com cada vacinação, mas eu queria dedicar com mais enfase as 3 vacinas que o meu filho tomou da tal PENTAVALENTE. terror das criancinhas e o desespero dos pais. Essa é uma vacina de extrema importância para as crianças, até pelo nome se percebe, mas meu amigo, minha amiga...
Antes de tomar essa vacina meu filho já tinha tomado duas, a primeira ele chorou, chorou, chorou, mas como tava no peito da mãe, logo parou. Daí vem a segunda, ai a gente começa a se questionar, por que? Duas vacinas numa criancinha? Quando a gente pensa que já está livre, vem a segunda, e essa segunda meu amigo, minha amiga, dói no coração, dói na alma, dói demais! E repito, não to falando nem da criança que tá sentindo aquela dor forte da furada, mas tô falando de mim, que a empatia de ser pai desejava com toda força do mundo tá no lugar do meu filho ou de tocar a mão num gesto milagroso e fazer cessar aquela dor e aquele choro soluçante perturbador. É sério, a sensação que tive é de nunca ter sentido tanta dor na minha vida. Mas a tal PENTAVALENTE não era nem a segunda ainda. Naquele momento já dava vontade de carregar meu filho para casa e voltar outro dia para tomar aquela terceira injeção, mas não fomos embora, porém pedimos para esperar que ele se acalmasse mais para tomar a terceira. As duas primeira foram nas duas pernas, a terceira seria em uma delas. É sério, pensei muitas vezes em deixar para depois, mas sabíamos que aquilo apesar de parecer contraditório é um grande gesto de amor.
E lá fomos para terceira vacina, engraçado que essa PENTAVALENTE nem foi a mais dolorida, apesar de já ter sido a terceira, mas doeu bastante também, mas eu já nem tinha mais lágrima para desabafo dos olhos, pois secou tudo na segunda vacina. O interessante é que neste dia eu também tomei três vacinas e olha que tenho pavor a agulha, mas acredite, tomei as três sem senti um pingo de dor, eu estava tão anestesiado com a dor do meu filho que não senti nada, absolutamente nada.

Recobrando agora a memória, lembrei que na verdade foram quatro vacinas, mas a primeira foi a sonhada gotinha. Quem dera meu Deus se fossem todas assim.

Enfim, se a PENTAVALENTE nem foi a mais dolorosa porque esse destaque?
Respondo, por dois motivos:
1 - Por que ela é a última, onde estamos mais frágeis, nos questionando porque nosso filho tem que passar por aquele processo doloroso mais uma vez e...
2 - Porque o problema dela não é durante a picada, meu amigo, minha amiga, meu bebê que é cheio de energia, ficou todo dodoizinho, digo, com febre e o corpo molinho, a reação da PENTA é FODA! Mas a enfermeira já havia nos alertado das reações, por isso ficamos tranquilos neste sentido, mas quando eu digo que é FODA é porque depois de tudo, quando a gente acha que acabou ainda tem que lhe dá com as reações. Dá uma pena do diacho de ver a criança tão dodói.
Mas se tu acha que acabou, não! Por ter levado três injeções, a perna do bebê fica muito inchada e dolorida, então não dá pra carregar de qualquer jeito. Pra se ter uma ideia, eu fiquei de 10h da manhã até 22h da noite com o meu filho no colo, não dava para colocar ele na cama que ele chorava. Eu só conseguir deitar ele na cama porque tivemos a ideia de colocar o colchãozinho que ele dormia no meu peito, daí tiramos o colchão com todo cuidado com ele em cima e colocamos na cama, foi a primeira vez que ele dormiu de barriga pra baixo.
Mas enfim, aquele dia tinha terminado, mas ficamos super atentos e preocupados de como seria o sono dele, mas graças a Deus ele dormiu bem.
No dia seguinte aquela expectativa enorme ao acordar e para nossa surpresa ele acordou super bem, ainda com as perninhas doloridas, mas a febre já tinha acabado e o humor dele estava de volta.

A segunda dose da PENTAVALENTE já foi com 3 ou 4 meses, o processo foi menos doloroso que o primeiro tanto para ele quanto para nós, pois eu conseguir segurar mais o choro, não que não tenha doido bastante novamente, mas me sentir mais forte para enfrentar aquela situação. Já a reação desta segunda também foi menos complicada, pois apesar de ele ter febre e ficar com a perna dolorida ele conseguiu dormi na cama durante o dia e com menos dor.

A terceira dose da PENTAVALENTE foi agora a pouco 23/11/18, e é por isso que estou escrevendo este texto, pois desta vez ele só tomou duas vacinas, a pentavalente foi a segunda, mas foi bem dolorosa para ele, e se foi dolorosa para ele, foi o dobro para mim e para a mãe. A lágrima veio novamente nos meus olhos, e eu achava que já estava forte o suficiente. Ele novamente ficou com febre e bem dengoso, mas conseguir colocá-lo na cama e dormiu bastante tempo durante o dia. No segundo dia da vacina uma das pernas ainda estava muito inchada e ele não conseguia mexer esta perna direito, na verdade ele mexia, mas bem menos que a outra, isso me preocupou bastante apesar de ser alertado sobre isso, e ainda assim fui ler relatos de pais sobre essa situação na internet. Colocamos bastante compresso de água gelada na perninha dele que ajudou bastante, e no terceiro dia, a perninha já estava de boa, Graças a Deus!

Antes iniciar o final deste texto, um fato engraçado. A enfermeira não lembrava de mim, dai ela perguntou, você é o pai fujão que sai na hora da vacina? Eu disse não. Sou o pai chorão.
Enfim, esse é um pequeno relato de um pai cheio de amor e empatia para com o filho e de como é doloroso passar por todo este processo, desejo muito que um dia a ciência avance tanto que não seja necessário mais a vacina através da injeção. Torcemos (pais e crianças) que seja apenas através das gotinhas. Mas enquanto essa evolução não chega, É MAIS DO QUE NECESSÁRIO VACINAR NOSSOS FILHOS! Esse é um grande gesto de amor e responsabilidade.

E apesar de todo esse sofrimento, me sinto mais protetor, mais responsável, mais sensível e com um amor enorme para dá ao meu bebê. Pensando nisso tudo, termino dizendo:
A vacina não evita só as doenças, evita também o desamor, o desapego. Então por mais que tu seja covarde que nem eu, coragem! Participe de todo esse processo sensibilizador!

 Segundo dia após a vacina



2 comentários:

  1. Lindo ler seu texto Rodrigo. E feliz por confirmar que tem homens sensivese e que compreende a grande importância do papai chegar junto da companheira neste momento. Tenho certeza que o registro na memmemó de Zaki não vai permamperm o de dor e sim de segurança, carinho, aconchego.
    E por fim posso dizer, aja cumplicidade nesta relação hem.
    Bjs nos meus dois parceiros

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir