quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Crianças- Nas ondas da vida.


EM 1900 e antigamente...
- Você pisou no branco, vira a mão...PLAFT.
-  De novo...Um, dois, três...
Lá se vão três MULEQUES sorrateiros em mais um de praia.
É engraçado como pobre se diverte com tudo, em uma calçada quadriculada de cor branca e preta iam os três meninos brincando de pula-pula. A brincadeira era simples, tinha que pular de um pé só por 15 quadrados, quem pisasse na cor errada, mesmo que por um pouquinho perdia a brincadeira. E antigamente quem perdia a brincadeira não pagava prenda, ia sofrer com algum castigo. E a aposta da vez era a “SARDINHA”. Pra quem não sabe o que é isso vou explicar rapidamente. SARDINHA é uma  “brincadeira” na qual uma pessoa coloca a mão para tomar uma porrada com dois dedos do seu “agressor” , o tal agressor, usa os dedos indicador e o dedo médio e tasca-le a Sardinha.
- Eita! Essa foi de MIMI (aff, terei que explicar tbm o que é mimi) – mimi se fala ou se falava quando alguém acerta determinada coisa com perfeição). No caso da sardinha, a melhor era quando se ouvia um estalo bem alto.
Acho que era bem melhor usar rodapé, se não, não acaba essa história nunca.
Dando continuidade onde paramos, vamos dá nome aos três muleques: Branco, Pardo e Preto, quem levou a sardinha foi preto.
- Pisou na linha! Pisou na linha! – Gritaram preto e pardo.
- Porra NIUMA onde meu pé está aqui ó! Todo do lado preto.
Branco era o mais velho, sendo assim, tirava onda de mais esperto, tinha pisado na linha, mas ajeitou o pé com uma rapidez incrível.
- Nada! Ninguém aqui é comédia não! -  Reclamava branco
- Vira a mão, vira a mão! – Gritava preto irritado, pois tinha acabado de tomar uma sardinha de mimi.
- Porra niuma! Porra niuma! Sou otário é?  Se defendia branco.
- Vai tomar MULTA DE MIL! Vai tomar multa de mil! (Ok. Acabei de decidir que farei um vocabulário no final do conto, se você não fala “favelês”, procura lá no finalzinho o que é MULTA DE MIL).
Branco saiu em disparada com os outros dois correndo atrás dele NA SEDE pra dá a sardinha.
No meio da correria, uma senhora branca com uma bolsa maior que ela tomou um tremendo susto ao ver aqueles três correndo na sua direção, a senhora como um gato achou a garagem de um prédio aberta e entrou nela esbaforida.
Os meninos ao verem a reação da mulher mudaram a feição de sorriso para cara de revolta. Pardo indignado logo bradou – É O QUE COROA AQUI NUM TEM LADRÃO NÃO!
A mulher apavorada procurava alguém que pudesse lhe dá um apoio. Não falava nada, soava frio e com sorriso mais amarelo que ouro, tentava disfarçar o medo.
 - Porra! Dá uma raiva da porra dessas coisas véi! - falava pardo.
Enquanto isso, branco chamava os dois pra adiantar o lado. – Vamos nessa véi. Deixa essa azarenta pra lá, vamos para o pé de amêndoas doce.
Os outros dois seguiram branco correndo, ainda atrás dele pra dá a multa de mil. Depois de alguns tapas e cascudos,  eles pararam no pé de amêndoas doce. Eram as amêndoas mais cobiçadas de todos os muleques da redondeza. Após comerem algumas delas, seguiram caminho para a praia.  No meio do caminho pararam no esconderijo secreto onde eles guardavam pedaços de pranchas e isopor. Desceram até a praia paradisíaca para surfar.
Chegaram à praia, mas ao invés de pegar onda foram jogar bola. Depois empinaram ARRAIA fazendo CATADINHA de linha que encontraram.
- Bota outra puta!
Alguém teve a arraia cortada, e lá vai meio mundo de meninos com BARANDÕES erguidos e varas enormes na mão, correndo desesperados para ver quem ficaria com o troféu, neste caso a arraia.
Pegar uma arraia dava uma sensação gostosa que ninguém conseguia explicar, normalmente os muleques corriam atrás de uma arraia porque empinar arraia dava um status maior, pois geralmente só quem empinava arraias eram as pessoas mais velhas, isso porque eram os mais velhos que tinham dinheiro para comprar arraias, e também para empiná-las exigia um nível maior de habilidade. Nesta época. a maioria dos guris empinavam PERIGUITOS ou os chamados CACHELOS. Pois não gastavam nada pra fazer e também eram mais fácéis de empinar.
E continuava a garotada atrás da arraia, corriam olhando pra cima, ora ou outra alguém tropeçava em alguma coisa, levantavam feitos loucos e continuavam a perseguição. Geralmente quem pegava  a arraia era a pessoa mais alta ou quem tinha a maior vara, dificilmente alguém com barandão pegava primeiro, o barandão só servia quando a arraia prendia em algum lugar.
No meio do vuco-vuco, a arraia foi baixando bem devagarinho até que...
- Largou! Largou!
- Eu peguei primeiro!
- Eu que peguei primeiro!
Isso é a pior coisa que acontece quando uma arraia vai de LÁ VAELA. Meu amigo! Um pega pela RABADA e outro pela linha. Quem é que fica com a arraia? REGRA: Se você for maior, mais forte, e respeitado, ninguém discutia. Se o bagulho for do mesmo TOPE, a coisa mudava. Com certeza ia ter porrada. E mesmo se um ganhasse na briga o outro não ia ficar com a arraia, pois o mais fraco ia dá um jeito de lascar a arraia toda. No final, nenhum nem outro.
Bom, continuando....Hum...Onde foi que parei mesmo? Ah ta.
Como vimos no diálogo anterior, dois muleques pegaram a arraia ao mesmo tempo, os dois eram do mesmo tope. O final disso você já conhece.
Pardo, Branco e Preto arranjaram uma revista de mulher pelada que encontraram na praia e fizeram PERIQUITOS ou GODÈ. Fizeram uma catadinha dos infernos e empinaram com a linha cheia de PAI NOSSOS.
- Arrasta ele pardo! Arrasta! Arrasta! –Branco aconselhava.
- ÔÔÔÔÔ -  bota outra puta!
Pardo acabara de cortar uma arraia empinando um periguito, isso era a glória maior para os muleques mais novos, e a vergonha total pra quem tivesse empinando uma arraia, ainda mais se essa arraia pertencesse a um adulto e pior ainda se esse adulto fosse insensato.
- Seu filho de uma puta! Eu tava fazendo TOQUE com o cara lá e você trança essa merda na minha linha. Vá buscar sua porcaria lá ó.
E lá se foi toda catadinha de pardo. Ficou triste, pois o cara partiu a sua linha, mas ficou mais feliz por ter cortado um adulto e de não ter tomado um cascudo. Sorriu quando o grandalhão virou as costas. Ficou imaginando em contar depois pra todo mundo a façanha que tinha conseguido.
Restava a ele agora torcer pelos seus amigos.
- CELA  na chave dele branco, cela na chave dele – repetia pardo ininterruptamente.
Branco ia AFROXANDO a linha para colocar na chave de outro periguito, mas de repente, a catadinha acabou. O adversário conseguiu sair de sua armadilha, mas quando foi DÀ UM JOGUINHO, os dois periguitos se embaralharam no ar.
- Que PEGADA de puta é essa rapaz?! Gritava preto com o seu periguito no ar.- Kkkkk, pegada de puta da porra!
Os dois periguitos se embolaram todo e os dois puxaram pra mão.
Neste momento só ficou preto com o seu godé no ar. Sorria zombeteiro com a pegada mal feita de branco, quando de repente...
Uma arraia BOCA DE SIRI tremendo como uma bailarina desceu sambando num AU incrível. Quando preto percebeu a aproximação da arraia, saiu correndo feito um desesperado para evitar o TOQUE, mas não era mais possível. A arraia desceu na mão dele, a linha do adversário passou direto pela sua como uma faca afiada passa pela manteiga.
- kkkkkkkkk. Tomou um BATÈ otário - ria branco vingativo.
-Kkkkkkkk. MEI DE FIO da porra! Que MEÂO vei-Pardo também zoava.
Atordoado, preto olhava para um pedacinho de linha que sobrou em sua mão.
- Caralho nem vi vei, covarde da porra. Vou pro mar.
 Preto saiu correndo pra água em disparada.
Após o surfe, os três resolveram ir para outra praia bem próxima da que eles estavam. Decidiram ir pela calçada para pegar coco na lata de lixo. Não era bem uma lata de lixo comum, era um balde enorme onde as pessoas  jogavam o coco, após beberem a água, só tinham cocos. Era costume dos meninos pegar o coco nesse balde para comer a polpa.
Vale um parêntese (apesar de pobres, os meninos não passavam fome, inclusive se a mãe de um deles soubessem disso eles caiam na porrada).
Bom, molecagem era molecagem, ninguém tava nem ai pra porra nenhuma, e lá se iam os três tentando abrir o coco, arremessando com toda força no chão. Quando eles abriam o coco, faziam o que chamava de paletinha. com a própria casca do coco e se lambuzavam no branquinho saboroso .
Acabaram de comer e foram na praia ao lado, porém não demoraram muito, já estavam morrendo de fome e resolveram voltar pra casa.
A fome pós-praia era terrível! Os coitados nem agüentavam mais andar direito, caminhavam a passos curtos.
- Porra véi. Não vejo a hora de pegar o feijão - falava pardo quase saboreando a palavra feijão.
- Porra, não fale não vuh homi, as lombrigas aqui já ta se agitando. Falou Branco passando a mão na barriga.
- kkkkkkkkkkkkkkkkk. Riram os três em uníssono.
No meio da caminhada, mal imaginavam que outro fato parecido iria acabar com a alegria daquele dia.
Um grupo de pessoas brancas que aparentavam serem turistas de outro estado brasileiro, andavam logo a  frente deles. Uma mulher moderna que estava com este grupo, ao perceber a aproximação dos três comentou algo com seus acompanhantes, imediatamente todos olharam para trás com olhares assustados, outra senhora fez questão de abraçar sua bolsa com toda força, e como caranguejos, todos se afastaram para o lado segurando seus pertences e encarando os três com caras de poucos amigos.
Dos três, pardo era o que mais se irritava quando se sentia discriminado, vinha de uma família misturada entre brancos e negros, mas de pessoas envolvidas em movimentos sociais e de igualdade que sempre procuravam ensinar-lhe alguma coisa sobre o assunto.
Preto por ser preto era o que mais sofria com a discriminação, além disso, era muito humilde e usava roupas mais velhinhas entre os três.
Branco, era branco mesmo, mas branco favelado, se sua família tivesse mais condição ele poderia ser confundido fisicamente como um playboyzinho. A galera de ZUEIRA chamava ele de negão.  A família dele era toda branca, mas na favela isso estava perto de acabar, o seu irmão mais velho estava noivo de uma negra e sua irmã do meio namorava com o irmão de Pardo que era preto como um carvão. Bom, cores de pele a parte. A coisa daí começou a ficar feia.
Pardo tinha sangue no olho com essas coisas e foi tentar tirar satisfação com o grupo de supostos turistas, mas antes de começar deixar a sua revoltar aflorar do peito, ele se lembrou do que seu tio sempre dizia: “ RAPAZ, PRESTE ATENÇÃO, EXISTE TRÊS ABORDAGENS POSSÍVEIS PARA VOCÊ TIRAR SATISFAÇÃO DE PESSOAS QUE TE HUMILHAM NA RUA , A PRIMEIRA É A SEGUINTE, 1 Postura educada, nesta você deve chegar na pessoa educadamente e dizer: Qual o problema senhora? não é todo preto que é ladrão não, quem esta sendo criminosa agora é a senhora, você deveria se envergonhar, até porque se eu fosse ladrão do que adiantaria a senhora seguraR a sua bolsa, eu colocaria a arma em sua cabeça e queria ver a senhora não me dá a bolsa.
2- Postura covarde: Você não fala nada, apenas olha pra cara da mulher, balança a cabeça com cara triste e depois fica todo entristecido em casa por ser tão humilhado e não puder fazer nada.
3- Postura agressiva: MINHA PREFERIDA. Você chega pra ela como quem não quer nada e solta o berro. É o que sua puta, vagabunda, vai tomar no c...porra,  ladrão é o filha-da-puta do seu filho ou o corno do seu marido, esculhamba ela toda, faz o maior estardalhaço na rua pra que todo mundo veja.
Pra finalizar o tio dele dizia: BOM, É CLARO QUE NÃO TE RECOMENDO A TERCEIRA OPÇÃO, POIS NÃO É LEGAL AGREDIR MULHER, EU JÁ FIZ ISSO E ME SENTIR MUITO MAL, NÃO PELO QUE EU DISSE A ELA, MAS APENAS POR TER SIDO MULHER, MAS também não te RECOMENDO NADA A SEGUNDA OPÇÃO, ESSA VOCÊ VAI TER VONTADE DE SUMIR DO MAPA.
Uma onda de duvida entrou no coração de pardo – o que é que eu faço? Se perguntava enquanto se dirigia em direção do grupo. Percebendo a aproximação do garoto, um homem branco, alto e forte, se adiantou em direção dele, e antes que ele pudesse abrir a boca,o homem falou com ar ameaçador:
O que é que vocês querem seus pivetes?!  E partiu pra cima de pardo decidido.
- Pivete é a put...
Antes que pardo terminasse a frase, a metade de um coco verde passou voando por perto dele atingindo em cheio a cara do homem. Algumas mulheres começaram a gritar apavoradas, pardo correu para um canto pegou um pedaço de pau para tentar atingir o homem com toda sua ira, Branco que havia jogado o coco no homem, quando sentiu que seu amigo estava sendo ameaçado, começou a procurar alguma coisa pela rua, encontrou uma garrafa de vidro, quebrou a garrafa no chão ameaçadoramente e começou também a ir pra cima do homem. Preto empunhou duas pedras e bradava:
- Venha ai filadaputa,  venha sua disgraça!
A soma da idade dos três muleques não  alcançava a idade do homem alto. Congelando a cena do que aquilo se tornara, muitas e muitas perguntas vinham à tona. Por quê? Um contraste de gerações, um contraste social, um contraste racial, uma guerra racial e uma união racial. Um tremendo absurdo!
Pardo perdeu a noção do que sua mãe o havia ensinado, nunca antes tinha brigado com ninguém, mas agora parecia um soldado com sangue no olho querendo destroçar seu oponente. Os três muleques apesar de serem muito menores avançaram sobre o homem com uma ira incomum, o homem recuou alguns passos aterrorizado, ainda segurava a cabeça após ter levado a pancada do coco, as mulheres continuavam gritando feito loucas por socorro, as crianças choravam de dá dó. E foi essa dó que se lançou sobre Pardo, ao avistar um rostinho inocente de uma criança chorando aterrorizada, o homem não mais se agigantava, agora parecia presa fácil e de repente de vítima ele se sentira vilão, uma vergonha incomum se apossou dele. Jogou para o lado a sua arma, uma lágrima correu apenas por um de seus olhos. Branco e Preto vendo o seu gesto pararam junto dele e ficaram observando a sua reação. Uma onda de sentimentos invadiu o coração de pardo, queria pedir desculpa, mas a voz embargada e um sentimento estranho de justiça o apoderava, olhou novamente para as crianças chorando, mais uma vez queria pedir desculpa, mas abaixou a cabeça e se retirou.
Branco e Preto o seguiram ainda com as armas na mão e olhando para trás, se aproximaram do amigo e percebeu que ele estava chorando:
- Qual foi vei, não foi culpa nossa não rapaz, eles que começaram você viu –Tentavam consolá-lo Branco e Preto.
Tentaram por diversas vezes distraí-lo até chegarem em casa, mas sem sucesso.
Depois disso, Pardo ficou uma semana sem sair de casa para brincar com seus amigos, se encontravam  apenas na escola ou quando estavam jogando vídeo-game na casa dele.  A imagem das crianças chorando tiravam o seu sono. Ele sentiu o poder e teve medo deste poder, teve medo dele próprio. Uma noite desejou nunca ter nascido, fez a sua oração pra Deus e perguntou para ele:
- POR QUÊ?


VOCABULÁRIO FAVELÊS-BAIANÊS
NOTA: Algumas palavras são específicas de alguns bairros, essas eu aprendi no Calabar.

MULEQUES – Moleques
NIUMA: Nenhuma
MULTA DE MIL: Como o próprio nome já sugere, multa é quando tem que pagar algo por que não cumprimos com alguma obrigação. No caso dessa multa de mil, Branco tinha que colocar a mão para tomar a sardinha, obedecendo o que foi acordado na brincadeira, como ele negou tinha que levar a tal multa, neste caso, um monte de de tapas, chutes, cascudo, etc.
NA SEDE: Com gana, com uma vontade imensa.
ARRAIA: Pipa baiana
CATADINHA: Pedaços de linha catados pelo chão.
BARANDÂO: Uma pedra ou qualquer outra coisa amarrado em uma linha.
PERIQUITO ou GODÉ: É um tipo de pipa, só quem empina é guri.
CACHELO: É a versão pobre da ARRAIA, faz com papel comum.
LA VAELA: Na verdade é LÁ VAI ELA, mas falamos do outro jeito, Se fala isso quando uma ARRAIA é cortada.
TOPE: Da mesma altura.
PAI NOSSO: São os NÒS na linha.
TOQUE: Se fala quando há o embate entre as ARRAIAS ou também quando alguém leva um corte.Ex: -  Tomou um toque!
CELAR ou AFROXAR: Deixar a linha correr na intenção de cortar o adversário.
DÁ JOGUINHO ou DÀ JOGO: Colocar a Arrais em movimento: para os lados
PEGADA: É a mesma coisa que fazer TOQUE: é o embate entre as arraias.
BOCA DE SIRI: É o nome de uma ARRAIA que o seu formato imita a boca de um siri.
AU: É quando se DÀ UM JOGO na ARRAIA e ela faz o movimento de cima para baixo.
TOMAR UM BATÊ: Se diz quando uma linha corta a outra bem rápidamente, parece que nem encosta uma na outra.
MEI DE FIO ou MEIO DE FIO ou MEÂO: Se fala quando alguém foi cortado e perdeu uma enorme quantidade de linha.
VÈI: Ao contrário do que falam do oxente, meu rei. Aff. Véi é um dos baianês mais utilizados, VÉI é a outra pessoa que estamos falando, pode ser mulher, homem, velho, jovem.




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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Você me completa



Você é um lago abaixo dos meus olhos...
Quando você me faz chorar.
Você é um arco-íris acima dos meus olhos...
Quando deixamos de brigar.

Você é a luz que ilumina meu caminho...
Quando vem me consolar.
Você é a cegueira que bloqueia meu caminho...
Quando passa a me criticar.

Você é a palavra mais temida e mais desejada

Você é a bruxa e também é a fada

Você é o tudo e às vezes é o nada

Você é meu ódio e às vezes minha amada

Tu que completa meu íntimo
Que faz o meu ritmo
Nessa poesia conturbada
Você que me faz sorrir chorando
Minha vida! Minha estrada!
(Rodrigo Calabar)